No meu prédio não tem síndico, mas uma empresa responsável pela limpeza e manutenção das áreas comuns do edifício, que, por sua vez, emprega dois guardiães, executores dessas tarefas.
Há também um conselho sindical, incumbido de contratar essa empresa e de organizar as reuniões de condomínio. Estas, juntamente com a benzetacil, estão entre as coisas das quais mais tenho medo na vida. Felizmente, até hoje consegui evitar contato com ambas.
Acontece que o conselho sindical decidiu demitir os guardiões do prédio (vejam só, sempre quis mostrar pra todo mundo que conhecia os dois plurais de guardião, e eis que a chance se apresenta. Aproveito para mandar um beijo para a Aliete, minha professora de português da 6a série, que aplicava provas infernais, cujas análises sintáticas e semânticas até hoje me dão pesadelos).
Bom, mas como eu dizia, o conselho sindical resolveu que era hora de pirulitar o casal que cuida do imóvel e desempenha tarefas básicas e necessárias, como limpar as lixeiras, varrer o chão e tratar mal os desconhecidos. E para anunciar a novidade, colou um aviso na entrada do edifício. A acusação: o par não prestara um serviço a uma habitante em dificuldade.
Furioso, o casal rebateu também com um papel, pregado ao lado do primeiro. Nele, dizia que não haviam não prestado o serviço, que seria o mesmo que dizer que haviam prestado, mas é completamente diferente.
O conselho sindical não tardou a responder que sim, os dois haviam não prestado o serviço e por isso estavam sendo justamente despejados.
Os guardiães/ões mais uma vez retrucaram, afirmando enfaticamente que não era verdade que sim, eles haviam não prestado o tal serviço. O real ocorrido, segundo eles, era sim, eles não haviam não prestado.
O conselho sindical subiu nas tamancas e preparou mais um aviso, que foi posto ao lado dos outros e transformou a entrada do prédio em uma galeria de arte abstrata. Nele, atestava que tinha provas irrefutáveis de que não era a realidade que o casal não havia não prestado o serviço. E que a atitude dos dois, em um país como a França, era o mesmo que sim, prestar um desserviço.
A questão ainda está longe de terminar e é provável que logo ela pare na justiça. Mas talvez antes deva parar em um gramático e um lógico. Pelo menos pra que fique claro o que aconteceu. Ou pra que não fique claro o que não aconteceu. Ou pra que fique escuro o que...
Há também um conselho sindical, incumbido de contratar essa empresa e de organizar as reuniões de condomínio. Estas, juntamente com a benzetacil, estão entre as coisas das quais mais tenho medo na vida. Felizmente, até hoje consegui evitar contato com ambas.
Acontece que o conselho sindical decidiu demitir os guardiões do prédio (vejam só, sempre quis mostrar pra todo mundo que conhecia os dois plurais de guardião, e eis que a chance se apresenta. Aproveito para mandar um beijo para a Aliete, minha professora de português da 6a série, que aplicava provas infernais, cujas análises sintáticas e semânticas até hoje me dão pesadelos).
Bom, mas como eu dizia, o conselho sindical resolveu que era hora de pirulitar o casal que cuida do imóvel e desempenha tarefas básicas e necessárias, como limpar as lixeiras, varrer o chão e tratar mal os desconhecidos. E para anunciar a novidade, colou um aviso na entrada do edifício. A acusação: o par não prestara um serviço a uma habitante em dificuldade.
Furioso, o casal rebateu também com um papel, pregado ao lado do primeiro. Nele, dizia que não haviam não prestado o serviço, que seria o mesmo que dizer que haviam prestado, mas é completamente diferente.
O conselho sindical não tardou a responder que sim, os dois haviam não prestado o serviço e por isso estavam sendo justamente despejados.
Os guardiães/ões mais uma vez retrucaram, afirmando enfaticamente que não era verdade que sim, eles haviam não prestado o tal serviço. O real ocorrido, segundo eles, era sim, eles não haviam não prestado.
O conselho sindical subiu nas tamancas e preparou mais um aviso, que foi posto ao lado dos outros e transformou a entrada do prédio em uma galeria de arte abstrata. Nele, atestava que tinha provas irrefutáveis de que não era a realidade que o casal não havia não prestado o serviço. E que a atitude dos dois, em um país como a França, era o mesmo que sim, prestar um desserviço.
A questão ainda está longe de terminar e é provável que logo ela pare na justiça. Mas talvez antes deva parar em um gramático e um lógico. Pelo menos pra que fique claro o que aconteceu. Ou pra que não fique claro o que não aconteceu. Ou pra que fique escuro o que...
5 comentários:
Meu Deus, que imbróglio!
A única saída é o Sul!
Volte, volte!!
Besos
Flávia
haha! Agora eu entendo porque é tão difícil entender os estruturalistas, como Lacan... rs. É bem assim a linguagem deles. Lembrei também da minha professora da 6a série, lá no Maria Auxiliadora... Dona Cláudia, com suas também apavorantes análises sintáticas!!!
Daniel! Compartilho dos seus pesa(?)-dê-los(!) semânticos e sintáticos do Rodolpho! Isso não é totalmente incompatível com a ausência de anormalidade! Um beijo nas suas mulheres, agora que tenho as minhas!
Fernando.
Muito bom, estou rindo muito. Uma confusão bem francesa.
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