- Dá uma sambadinha aí, então, só pra eu ver.
- Eu?
- Você não é brasileiro?
- E o que tem a ver uma coisa com a outra?
- Tudo, ué. Vocês são especialistas no assunto.
- Isso não significa que todo brasileiro saiba sambar.
- Mas e no carnaval, quem não samba faz o quê?
- Depende. Os que não sabem jogar bola se ocupam de assaltar os turistas. É importante, para manter nossa imagem no exterior.
- Você só pode estar de brincadeira.
- Foi você quem começou.
- Quer dizer que você não sabe sambar?
- Na última vez que tentei dei um nó tão grande nas minhas pernas que achavam que estava fantasiado de saci com cãibra.
- Mas você não tem nem aquelas roupas de escola de samba?
- Tenho várias, claro, mas só uso domingo de manhã, quando vou correr no parque. É que aqueles chapéus cheios de penas azuis me dão alergia, sabe?
- Mas que brasileiro mais sem graça que você é.
- Desculpe a falta de originalidade. Mas e você, monsieur, que tal se você me mostrasse um pouco da habilidade francesa em cozinhar? Pega aquele caramujo que tá passeando ali de bobeira e prepara um prato pra gente.
- Ei, não é assim. Eu adoro comer, mas sou uma negação na cozinha. Quase fui extraditado da última vez que tentei fazer um ovo frito.
- Tá vendo?
- O quê?
- É disso que estou falando. Dos clichês.
- Como assim?
- Dessa imagem pré-fabricada, que limita a visão sobre o outro. Vocês acham que todo brasileiro sabe sambar. E quando aparece um que não sabe, já vêm logo com esse papo de “nem parece brasileiro”.
- Você tem razão...
- É claro que tenho. Escuto essa conversa desde que cheguei na França.
- Então, meu amigo brasileiro, proponho que deixemos esses estereótipos pra lá.
- Abaixo os estereótipos!
- Vamos celebrar o fim deles.
- Celebremos.
- Levante o braço e grite “fim aos clichês!” comigo.
- Olha, meu caro francês, gritar eu até grito. Mas tem certeza de que é uma boa ideia você levantar o braço, hein?
- Eu?
- Você não é brasileiro?
- E o que tem a ver uma coisa com a outra?
- Tudo, ué. Vocês são especialistas no assunto.
- Isso não significa que todo brasileiro saiba sambar.
- Mas e no carnaval, quem não samba faz o quê?
- Depende. Os que não sabem jogar bola se ocupam de assaltar os turistas. É importante, para manter nossa imagem no exterior.
- Você só pode estar de brincadeira.
- Foi você quem começou.
- Quer dizer que você não sabe sambar?
- Na última vez que tentei dei um nó tão grande nas minhas pernas que achavam que estava fantasiado de saci com cãibra.
- Mas você não tem nem aquelas roupas de escola de samba?
- Tenho várias, claro, mas só uso domingo de manhã, quando vou correr no parque. É que aqueles chapéus cheios de penas azuis me dão alergia, sabe?
- Mas que brasileiro mais sem graça que você é.
- Desculpe a falta de originalidade. Mas e você, monsieur, que tal se você me mostrasse um pouco da habilidade francesa em cozinhar? Pega aquele caramujo que tá passeando ali de bobeira e prepara um prato pra gente.
- Ei, não é assim. Eu adoro comer, mas sou uma negação na cozinha. Quase fui extraditado da última vez que tentei fazer um ovo frito.
- Tá vendo?
- O quê?
- É disso que estou falando. Dos clichês.
- Como assim?
- Dessa imagem pré-fabricada, que limita a visão sobre o outro. Vocês acham que todo brasileiro sabe sambar. E quando aparece um que não sabe, já vêm logo com esse papo de “nem parece brasileiro”.
- Você tem razão...
- É claro que tenho. Escuto essa conversa desde que cheguei na França.
- Então, meu amigo brasileiro, proponho que deixemos esses estereótipos pra lá.
- Abaixo os estereótipos!
- Vamos celebrar o fim deles.
- Celebremos.
- Levante o braço e grite “fim aos clichês!” comigo.
- Olha, meu caro francês, gritar eu até grito. Mas tem certeza de que é uma boa ideia você levantar o braço, hein?
8 comentários:
Abaixo os clichês!
Muito bom!
;O)
Nacionalismo, patriotismo, bairrismo, clichês. Odeio isso tudo de coração.
Venho acompanhado seus posts e gostado muito! Huashuas
Esse foi um dos melhores
Parabéns!
Muita gente me pergunta se eu sei dançar salsa... e falar espanhol. :S Andei um pouco afastada do mundo blogueiro, mas uma força do destino me empurrou de volta pros seus textos: vou começar um mestrado essa semana aqui na França e o seu blog está entre as sugestões de leitura!! E eu totalmente de acordo. :)
Moro na Espanha ha quase 3 anos e sempre q conheço alguem e digo q sou brasileira a "dançinha desengonçada" aparece e em seguida o comentário básico sobre o samba. De verdade ODEIO esse cliche! Legal o post. Abraço, Juli.
Adorei! MDR!
Oi Daniel, hoje há um link para seu blog na página do Facebook do Mundo Pequeno:
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Também postei o link no Twitter: @mundo_pequeno
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Se puder, siga-nos! Ajude-nos a divulgar o Mundo Pequeno colocando um selo no teu blog!
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Um abraço!
Eu acho engraçado a cara que as pessoas aqui fazem quando digo que sou brasileira. Eu sou loira, branca (mas braaaaanca!!!) e tenho olhos azuis. Eles pensam que todos somos mulatos, no mínimo!
Já teve criatura que riu da minha cara como se fosse piada.
Bom.... fazer o quê... eles fedem mesmo!!!
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