Entro no carro e me pergunto se ainda sei dirigir um, antes de virar a chave. Já tem quatro anos que meu contato com automóveis tornou-se esporádico e acho isso um ponto muito positivo no meu novo estilo de vida. Gesto ainda automático, encaixo o som antes da ré, procuro a minha rádio preferida e saio em ritmo lento. Às dez da noite as ruas vazias convidam a uma volta sem pressa.
Os monumentos são valorizados pela iluminação. A imensa torre parece ainda mais majestosa em sua larga esplanada. A quantidade de turistas é bem menor do que durante o dia, mas um ou outro ainda flanam por ali. À noite, as subidas não são permitidas, mas deveriam ser, pois revelariam ângulos pouco conhecidos dessa cidade praticamente plana.
Um pouco mais adiante, passo pela famosa catedral, marco em seu estilo arquitetônico. Paro e admiro suas estátuas, que parecem vigiar quem por ali passa, principalmente a essa hora. Não muito longe dali é possível observar o belo museu, localizado em frente à grande pirâmide.
Continuando o trajeto, atravesso uma das pontes, batizada em homenagem a um militar de alta patente, que comandou seu país com mão de ferro. Sob ela as águas estão calmas. Os barcos que costumam passar por ali agora estão recolhidos, esperando o dia chegar.
Finalmente paro em frente a uma das obras mais intrigantes dessa cidade, um grande edifício com sua cúpula de concreto virada para baixo, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Desligo o rádio e aprecio.
Brasília e Paris. Tão dessemelhantes. Tão parecidas. Basta saber olhar.
Há 2 dias
5 comentários:
lindo texto, meio surreal imaginar as duas cidades paralelamente. saudades de brasilia...
Não conheço Brasília, mas tive certeza de que era Paris até o fim :p
Basta saber olhar! tem razão! hehehe
Paris é uma poesia e você...um poeta ! Adorei !
Adorei. Eu conheço bem Brasília, mas também tive certeza de que você tava falando de Paris.
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