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sexta-feira, 22 de junho de 2007
Meu amigo Ronaldinho
Acabei de voltar de uma viagem pelo leste europeu. Uma das coisas boas em morar por aqui é a facilidade de viajar. Poucas horas distantes uns dos outros, dezenas de países, culturas e línguas completamente diferentes.
Mesmo com tantas disparidades entre essas nações, todo mundo tem a mesma pergunta na ponta da língua quando descobrem de onde eu vim.
- Brasileiro? Então você conhece o Ronaldinho?
É claro que eu não conheço o Ronaldinho. Quer dizer, conheço como todo mundo, pela TV. Mas nunca o vi pessoalmente.
Do guarda da fronteira ao caixa do banco, não paravam de me perguntar se eu era amigo do craque. Eu não sei o que se passa na cabeça dessas pessoas, mas acho que elas não têm bem a noção do tamanho do Brasil. Talvez achem que se resume a uma batucada na praia de Copacabana, com todo mundo de roupa de banho, debaixo de um sol de rachar.
Em Bratislava, capital da Eslováquia, a mesma coisa. Até na hora de comer.
- Um kebab, prosím.
- Um kebab pro meu amigo inglês ali.
- Não, não. Sou brasileiro.
- Brasileiro? Então você conhece o Ronaldinho?
Eu não aguentava mais.
- Conheço sim. Amigão meu. A gente já jogou bola em Copacabana.
O atendente congelou. Virou o rosto com a boca semi-aberta, quase babando, e imediatamente deixou de lado o que estava fazendo.
- Você tá brincando...
- Não tô não. É sério. O cara é brother. Aí fiz aquele sinal que o Ronaldinho faz quando marca um gol, com o polegar e o mindinho estendidos, enquanto sacode a mão. O sujeito fez também.
- Você jogou bola com ele?
Naquela hora eu podia dizer que éramos gêmeos, que ele acreditaria.
- A gente começou juntos.
- E por que você parou?
- Contusão feia. Apontei pro joelho.
- Chato isso.
- Agora ele mora longe, mas a gente se fala sempre.
Exultante, o atendente me entregou o kebab, super caprichado. Agradeci.
- D'akujem. A propósito, qual o seu nome?
- Dominik.
- Dominik, quando eu falar com o Ronaldinho de novo, vou dizer que você mandou um abraço. Ele vai gostar de saber que tem um fã na Eslováquia.
- D'akujem. Nos despedimos fazendo novamente o sinal do Ronaldinho.
Bom, é claro que eu não tenho como cumprir essa promessa. E na verdade nem importa tanto, já que o Dominik nunca vai saber. Mas se entre os leitores desse blog tiver alguém que já jogou bola com o Ronaldinho em Copacabana, diga que o Dominik, da Eslováquia, mandou um abraço. E aproveita pra mandar um meu também.
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11 comentários:
Adorei, Daney! Cumprimento ronaldístico pra você. BJIM
Cara! então vc tb bateu uma bola com o Ronaldinho?
O Dominik, meu brother do peito, disse que se você - salafrário de uma figa - voltar ao país dele, irá para os gramados do cemitério com ou sem Ronaldinho!
No meu tempo era assim: Brasil!?! Ronalllldo!! Rivalllldo!!! Roberto Carlos no! El es del Real Madrid!
Ah, e sempre vinha acompanhado de:
Eres brasileña? Baila la samba!!!
Beijo com muita saudade.
Mindu,
adoro seu blog!
Beijo da Pesty
Adorei dani, sempre com uma boa história. E aí a gente vai matando um pouquinho da saudade.
Um beijão.
mami
Dearest friend of ronaldinho, to amando as histórias! bjocas
Bárbara
Daniel, achei seu link no blog do Txotxa... adoreeeeeeeeeeei!!! Estou rindo a valer com suas histórias!!!! Você escreve muito bem... tem estilo... é engraçado! Muito bom!!! Lerei sempre!!!
Dominik, nik, nik, sempre alegre esperando alguém que lhe possa amar... (Tá louco, o que é que tu estás falando?)
hahahahahahhaa... bem, Ronaldinho não, mas um Vôlei de Praia com o Baixinho, isso rola de vez em quando... aquele abraço.
Sócio, meu dileto!
Se o Ronaldinho tivesse visto o q vc fazia lá na área do Nações, teria virado vendedor de seguros! Tu é artilheiro nato, rapaz!
Abraço!
PS - O craque brasileiro!O craque brasileiro!O craque brasileiro!
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