sexta-feira, 20 de maio de 2011

Entrando pelo Kahn


O trocadilho é tão inevitável quanto besta, mas a sensação geral na França é de que Dominique realmente Strauss pelo Kahn. O agora ex-chefe do FMI e ex-favorito à sucessão de Sarkozy procura uma maneira de explicar a grande lambança que envolve o seu nome e o seu inominável. Em um furo mundial, o Chéri à Paris descobriu as três linhas da defesa que ele pretende apresentar.

Primeira linha
- Mas, seu juiz, eu não fiz nada de errado.
- Como assim? O senhor está sendo acusado de abuso sexual e diz que não fez nada de errado?
- Tudo aconteceu quando fui pagar a conta do quarto. Como gerente do dinheiro do mundo inteiro, prefiro pagar as faturas antes, porque aí a grana volta mais rápido pros cofres do FMI.
- Continue, senhor Kahn.
- Eu perguntei pro atendende quanto devia. Ele respondeu: “Cinco mil dólares”.
- Cinco mil por um quarto, senhor Kahn?
- Foi exatamente o que perguntei pra ele: “Cinco mil por um quarto?“
- E o que ele respondeu?
- Ele falou: “É, cinco mil dólares, mas todos os serviços estão inclusos”. Eu falei: “Por esse preço, ainda é pouco”.
- Realmente, é pouco.
- Então eu insisti, eu sempre quero mais. E aí ele completou: “E, é claro, todos os funcionários do hotel estarão à sua inteira disposição”. Viu? À inteira disposição. Foi ele mesmo quem disse!

Segunda linha
- Seu juiz, quando a camareira falou que sonhava em ver a minha eleição, eu entendi “ereção”. Como o senhor pode ver, é culpa do sotaque dela.

Terceira linha
- Seu juiz, a culpa é do Obama.
- Senhor Kahn, o que está tentando insinuar contra o nosso presidente?
- Acontece, seu juiz, que a camareira e eu estávamos tendo uma conversa amena sobre os Estados Unidos. E ela me confessou um grande orgulho em ser governada pelo senhor Obama.
- Todos nós temos muito orgulho, senhor Kahn.
- Ela me falava da campanha presidencial, da mobilização da população, do slogan.
- Continue...
- Ela disse em voz forte: “Yes, we can.”. Eu repeti: “Yes, we can”. Aí ela ficou de pé, abriu os braços e gritou com força: “Yes, I Kahn”.
- E você?
- Depois dessa convocação? Yes, I créu, of course.

5 comentários:

corujinha disse...

Muito bom!!
Eu não consigo entender aqui na universidade o pessoal (franceses, italianos, irlandeses e afins) tem forte tendência a achar que foi complô.
"uma pessoa que poderia pagar por mulheres e mais mulheres... que muitas mulheres queriam..." humm achei esse argumento tão, mas tão terrível....
Eu não sei a verdade, mas que esse tipo de explicação me deixou perplexa isso sim...
Pelo menos a italianada disse que está feliz que não é só lá que os políticos são pervertidos, aqui tbm isso acontece...

Pápi disse...

Agora está explicado. O homem diz que berlusconizou, ou luxemburgou, a camareira porque estava no acordo com o FMI. E uma espécie de "relação consensual", igualzinho o tal Fundo faz aqui e no resto do mundo.

mami disse...

Espero que ele "entre pelo Kahn", mas raramente isto acontece com quem pode pagar um milhão de dólares de fiança. E o pior é que o dinhero é nosso, dos milhares de trabalhadores espalhados pelo mundo.
Um beijão da mami

Fernanda disse...

Rssss.... O bom humor eh sempre a melhor saida.
Tb acho que foi armacao pra derrubar o cara, de fato a verdade, verdadeira, nunca saberemos....
Mas que ele entrou pelo Khan nao ha duvidas!! Bjs. Fernanda Pastor

Beatriz disse...

Simplesmente hilário, kkkkkk!!!
Agora eu entendi tudo!!!
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com