sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Turismo parisiense poético

Rimbaud, Baudelaire e Verlaine foram apenas alguns dos poetas a retratar Paris em seus versos. No entanto, por mais bonito que sejam os escritos destes e de outros, nenhum procurou mostrar a cidade sob uma visão turística.

Eis, enfim, que alguém resolve a questão. Ou não.


Paris-Tókio
Andando nos Champs-Elysées
Com tantos turistas a clicar
Na foto de um japonês
Na certa você vai parar


Pinturas
Em Montmartre tem a igreja
E também pintor na praça
Tem gente que paga caro
Tem gente que quer de graça
Um desenho do senhor
Não falta ali quem faça
Agora, se não ficou bom,
Se ficou uma desgraça,
"A culpa, cher monsieur,
É da sua feia carcaça"


Tókio-Paris
Ao Louvre me dirigi
Pra visitar a Mona Lisa, mas
Tudo, enfim, o que vi
Foram nucas de orientais


Jardim de Luxemburgo
Bem em frente ao senado
Uma bela fonte há
Mas não se pode ali banhar
E jogar moeda é vetado

Em uma tarde de abril,
disse um guarda, bem faceiro:
"Você quer lavar dinheiro?
Vá ao senado do Brasil"


Notre Dame
As gárgulas, pobre coitadas,
Não basta nascerem empedradas
Agora encaram um problema

Viraram também um produto
Miniatura, camisa, charuto
Chega até a dar pena

Enquanto as estátuas encararam o frio
E até congeladas passaram aniversários
As suas cópias mais novas, sem brio,
Acabam os dias no fundo de armários


Cena no Sena
Um passeio pelo Sena,
que programa mais feliz!
Não vá torcer o nariz
E nem ter a mente pequena

Você pode ir de batêau
Ou então pode andar
Pode até ir de velô
Só não pode reclamar

É que há um mico, não condene,
inevitável durante a ronda,
um verdadeiro King Kong.

Se estiver a bordo, acene.
Se estiver a pé, responda.
É o tchauzinho em pingue-pongue.


Subindo
Num dia azulado assim
Subi na torre Eiffel
O meu nome é Daniel
E o versinho ficou ruim

6 comentários:

Jú Fuscaldi Rebouças disse...

Adorei: "Você quer lavar dinheiro?
Vá ao senado do Brasil"

Hahahaha... Divertidíssimo!

Internauta Váia disse...

Éééé...

G disse...

Adorei os versos, mas sugiro continuar na prosa, hahahahahaha. Bjos!

Fernando Galacine disse...

Daniel, gostaria de entrar em contato contigo.

Procurei seu e-mail pela web, incluindo a Revista Brazuca, mas não o encontrei.

Você pode enviar um e-mail para galacine@jeinforma.com para conversarmos?

Att

Unknown disse...

Gigi, juro que pensei nesse comentário antes de ler o seu: 'Daniel, melhor continuar na sua prosa que é mais póética, viu?!'... uia... duas pessoas diferentes dizendo a mesma coisa... hehehehehe
.
Mas o último versinho foi o meu preferido... autocríticapoética... tem seu valor!!
.
Bj!
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(...café Cristina? não conheço... mas vou procurar (tem por essas bandas?)... não me importa o preço... não há preço alto para café!!! ooooooooh! falou a viciada!)

Unknown disse...

Gostei muito dos seus versinhos.Acho que vc deve continuar no exercício.
bjs,
Marcia

PS: Reli o "Chico meu vizinho" e fiquei pensando nas tais das sincronicidades da vida...